Hérnia abdominal: quando operar?

A hérnia abdominal é uma condição relativamente comum, que ocorre quando parte de um órgão interno ou tecido protrui através de uma área enfraquecida da parede abdominal. Embora muitas hérnias possam ser assintomáticas no início, em determinados casos a cirurgia torna-se necessária para evitar complicações potencialmente graves.

Neste artigo, você entenderá em detalhes quando a cirurgia é indicada, os tipos de hérnia mais comuns, os riscos de postergar o tratamento e os benefícios de uma abordagem cirúrgica planejada.

O que é uma hérnia abdominal?

Trata-se de uma protrusão anormal de estruturas internas — como o intestino ou gordura abdominal — através de um ponto fraco na musculatura da parede abdominal. As hérnias podem surgir por diversos fatores, como:

  • Predisposição genética;
  • Obesidade;
  • Esforço físico intenso ou repetitivo;
  • Cirurgias abdominais prévias;
  • Gestação múltipla ou prolongada.

Principais tipos de hérnia abdominal

  • Inguinal: mais comum em homens, ocorre na virilha.
  • Umbilical: aparece ao redor do umbigo, mais frequente em mulheres e crianças.
  • Epigástrica: entre o umbigo e o esterno (acima do abdômen).
  • Incisional: surge em cicatrizes de cirurgias anteriores.
  • Hérnia de Spiegel (ou lateral): mais rara, localizada na borda lateral do abdômen.

Quando a hérnia precisa ser operada?

A decisão pela cirurgia depende de vários fatores: sintomas, risco de complicações e impacto na qualidade de vida. De acordo com diretrizes da Sociedade Americana de Cirurgiões (SAGES) e estudos publicados no Journal of the American College of Surgeons e na Hernia Journal, as indicações mais frequentes incluem:

1. Presença de sintomas

Hérnias que causam dor, desconforto persistente, sensação de peso ou abaulamento visível ao esforço físico geralmente exigem correção cirúrgica. Esses sintomas tendem a piorar com o tempo.

2. Aumento progressivo da hérnia

Hérnias que aumentam de tamanho são mais propensas a complicações e podem se tornar mais difíceis de reparar futuramente.

3. Risco de encarceramento ou estrangulamento

Quando o conteúdo da hérnia fica preso fora da cavidade abdominal (encarceramento), pode haver obstrução intestinal. Em casos mais graves, ocorre o estrangulamento: a interrupção do fluxo sanguíneo, levando à necrose do tecido. Esta é uma emergência cirúrgica que exige intervenção imediata.

Sintomas de alerta:

  • Dor súbita e intensa na região da hérnia;
  • Vômitos e náuseas;
  • Endurecimento ou mudança na coloração da pele sobre a hérnia;
  • Impossibilidade de reduzir (empurrar) a hérnia para dentro do abdômen.

4. Impacto na qualidade de vida

Hérnias que interferem nas atividades diárias, prática de exercícios ou vida profissional justificam a indicação cirúrgica mesmo sem risco iminente de complicação.

5. Hérnia incisional com risco de ruptura

Nos casos em que a parede abdominal já foi enfraquecida por cirurgia anterior, o risco de uma ruptura maior aumenta. Estudos mostram que a taxa de complicações e recidiva é mais baixa quando a correção é feita precocemente.

Cirurgia: como é feita?

A correção da hérnia é feita por meio de uma herniorrafia (fechamento do defeito) e, na maioria dos casos, com a colocação de uma tela cirúrgica para reforço da parede abdominal (técnica chamada hernioplastia).

As abordagens variam de acordo com o tipo e tamanho da hérnia, e podem ser:

  • Cirurgia aberta: técnica tradicional, com incisão direta sobre a hérnia;
  • Cirurgia videolaparoscópica: técnica minimamente invasiva, com recuperação mais rápida e menor dor pós-operatória.

A escolha depende de fatores como complexidade da hérnia, histórico do paciente e experiência do cirurgião.

É possível conviver com a hérnia sem operar?

Em alguns casos específicos, pacientes com hérnias pequenas, assintomáticas e com risco cirúrgico elevado podem ser acompanhados clinicamente. Contudo, estudos de acompanhamento de longo prazo demonstram que mais de 70% dessas hérnias evoluem para sintomas ou complicações em até 5 anos.

Portanto, a abordagem proativa com planejamento cirúrgico é, na maioria das vezes, o melhor caminho.

Conclusão

Embora algumas hérnias abdominais possam ser monitoradas, grande parte dos casos exige correção cirúrgica para evitar agravamentos. O diagnóstico precoce e a escolha do momento certo para operar são fundamentais para um bom resultado e menor risco de complicações.

Se você foi diagnosticado com hérnia abdominal ou tem sintomas sugestivos, procure um cirurgião especializado para avaliação personalizada.


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Especialista em cirurgia da parede abdominal e digestiva. Atendimento personalizado e técnicas modernas com foco em segurança e recuperação rápida.

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